Após ser responsabilizado pela morte do opositor russo Alexei Navalny por chefes de Estado como Zelensky, Macron e Biden, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi alvo neste sábado (17) de acusação de assassinato pela porta-voz da oposição russa, Kira Yarmysh. “Os familiares e o advogado de Navalny receberam a confirmação oficial da morte de Alexei. Putin o matou”, escreveu a porta-voz em sua conta na rede social X, ex-Twitter.
Enquanto isso, pessoas estão sendo detidas na Rússia por prestar homenagens a Navalny e protestar contra a morte do líder da oposição. Segundo a versão dos serviços penitenciários russos, o opositor de Putin, condenado a 30 anos de prisão, estava caminhando pela prisão onde estava encarcerado, em uma região do Ártico, quando se sentiu mal e morreu nesta sexta-feira (16). Apesar de tentativas de reanimação, ele não resistiu, divulgaram agências de notícias locais.
Segundo a OVD-Info, organização que protege os direitos dos opositores detidos, pelo menos 110 pessoas foram presas em diferentes cidades russas durante ações de protesto. Já o portal Sota divulgou que 15 pessoas foram detidas neste sábado enquanto homenageavam Navalny no Muro da Dor, em Moscou, um monumento dedicado às vítimas da repressão política. A polícia estaria levando quem exibisse faixas em homenagem ao opositor ou criticando o papel do Kremlin em sua repentina morte.
Segundo a imprensa russa, diversas pessoas estão homenageando o líder da oposição desde ontem, colocando flores ou velas em diferentes cidades. Milhares de russos no exílio saíram às ruas para protestar contra o que consideram um assassinato encomendado pelo Kremlin e pediram hoje mais ações em cidades europeias, americanas e latino-americanas.
Oposição quer liberação de corpo
Ao acusar Putin pela morte de Navalny, a porta-voz da oposição, Kira Yarmysh, relatou desconfianças sobre as circunstâncias da morte. Ela especificou que o opositor morreu às 14h17 (6h17 de Brasília), duas horas antes do anúncio oficial feito pelos serviços penitenciários.
“Os funcionários da prisão relataram que o corpo de Navalny
está em Salekhard. Os investigadores do Comitê de Investigação o levaram
embora. Agora, estão realizando ‘exames'”, denunciou Kira. Ao que
acrescentou: “Exigimos que o corpo de Alexei Navalny seja imediatamente
entregue à sua família”.
Além dos protestos da população e as acusações levantadas por correligionários e governos ocidentais contra Putin, os familiares também suspeitam do Kremlin. A mãe de Navalny, Liudmila Navalnaya, chegou esta manhã à prisão do Ártico onde o filho morreu. Ela garantiu não querer receber condolências e lembrou ter estado com o opositor do governo russo naquele mesmo local no último dia 12. “Ele estava saudável e feliz por estar vivo”, escreveu em seu perfil no Facebook.
Navalny era considerado o inimigo número um de Vladimir Putin nos últimos 15 anos. Ele foi transferido para a penitenciária onde faleceu depois de anunciar uma campanha contra a reeleição de Putin nas eleições presidenciais de março.
Em 2020, Navalny foi envenenado e ficou internado em um hospital
de Berlim, Alemanha, durante um mês. A substância usada para intoxica-lo, um
agente químico nervoso chamado Novichok, foi confirmada por laboratórios alemães
e reiterada por laboratórios franceses e suecos. O governo russo negou qualquer
envolvimento à época, mas o opositor acusou Putin pelo envenenamento.
Quanto à desconfiança geral levantada sobre Putin pela morte de Navalny, o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, considera as acusações feitas pelo Ocidente “inaceitáveis” antes de serem conhecidos os resultados da autópsia. (Com Agência EFE)
Acesse esta notícia no site do Gazeta do Povo – Link Original