Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, convocou o embaixador do país nas Nações Unidas para consultas, alegando que o órgão tentou “silenciar” um relatório sobre violência sexual durante o ataque do grupo terrorista palestino Hamas contra o país no dia 7 de outubro do ano passado.
“Ordenei que nosso embaixador na ONU, Gilad Erdan,
retornasse a Israel para consultas imediatas sobre a tentativa de silenciar o
sério relatório da ONU sobre as violações massivas cometidas pelo Hamas e seus
colaboradores em 7 de outubro”, escreveu o chanceler em sua conta na rede
social X (ex-Twitter).
“O secretário-geral da ONU [António Guterres] não convocou o
Conselho de Segurança à luz das conclusões [do relatório] para declarar o Hamas
uma organização terrorista e impor sanções aos seus apoiadores”, acrescentou.
Em mensagem separada, Katz pediu a Guterres que o Hamas seja
“reconhecido globalmente como uma entidade terrorista e que as nações que o
apoiam sejam rotuladas como patrocinadoras do terrorismo”.
Alguns dos países ou blocos que consideram o Hamas um grupo
terrorista são Israel, Estados Unidos e União Europeia.
Em 7 de outubro, o Hamas realizou um ataque contra Israel
que incluiu o disparo de milhares de foguetes e a infiltração simultânea de
cerca de 3 mil combatentes que
massacraram cerca de 1,2 mil pessoas em cidades próximas à Faixa de Gaza e
sequestraram outras 250, das quais cerca de cem ainda estão vivas no território
palestino, de acordo com autoridades israelenses.
As Nações Unidas divulgaram hoje um relatório sobre a
violência sexual praticada pelo Hamas durante o ataque, depois que o governo
israelense criticou duramente a organização por sua reação tardia à questão.
A representante especial da ONU sobre Violência Sexual em
Conflitos, Pramila Patten, encontrou “informações claras e convincentes de que
alguns reféns foram estuprados” e acredita “que tal violência pode estar em
andamento contra aqueles que ainda estão sequestrados”.
Acompanhada por uma delegação de especialistas, Patten
visitou Israel e Cisjordânia durante duas semanas e meia no início de
fevereiro.
“A equipe da missão constatou que há motivos razoáveis para
acreditar que a violência sexual relacionada ao conflito ocorreu em vários
locais durante os ataques de 7 de outubro, incluindo estupro e estupro coletivo”,
diz o relatório.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel expressou sua “satisfação com o reconhecimento explícito por um funcionário da ONU da prática de crimes sexuais pelo Hamas”, enfatizando que é a primeira vez que isso acontece.
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