Em um movimento contrário às recomendações dadas nas últimas semanas pelo
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o primeiro-ministro de Israel,
Benjamin Netanyahu, reafirmou nesta segunda-feira (11) sua posição favorável à
expansão da ofensiva militar israelense na cidade de Rafah, que faz fronteira
com o Egito.
O premiê israelense falou novamente sobre sua posição durante uma entrevista
concedida à emissora americana Fox News. Na entrevista, Netanyahu
defendeu a necessidade de se derrotar completamente o grupo terrorista Hamas, alegando
que esse processo também passa por uma operação em Rafah.
Deixar “um quarto do exército terrorista do Hamas”, que estaria na cidade fronteiriça, “intacto”, segundo Netanyahu, seria um “erro estratégico” comparável a permitir que “um quarto do exército nazista” permanecesse em Berlim, capital da Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial.
Segundo informações de agências internacionais, cerca de um milhão de
palestinos buscaram refúgio em Rafah neste momento de conflito. As forças
israelenses intensificaram nas últimas semanas suas operações em Gaza visando
eliminar o Hamas e recuperar os mais de 100 reféns que ainda estão sob controle
do grupo terrorista palestino.
Netanyahu descartou as objeções de líderes mundiais, como os da União
Europeia (UE) e do próprio Biden, sobre uma operação israelense em Rafah,
enfatizando que a destruição do Hamas é essencial para a segurança de Israel,
mesmo durante o período do Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos que iniciou
neste domingo (10).
A operação proposta por Netanyahu visa garantir que o grupo terrorista não possa se reagrupar e retomar o controle de Gaza, evitando assim repetições de ataques terroristas como o ocorrido em 7 de outubro, que resultou em 1,2 mil mortes e cerca de 250 reféns capturados.
Apesar de concordar com a eliminação do Hamas em Gaza, Biden tem indicado que não apoiaria uma operação em Rafah. Netanyahu, contudo, argumenta que não há meio-termo na luta contra o Hamas e que a decisão de invadir Rafah é uma questão da sobrevivência de “Israel ou [do] Hamas”.
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