Após mais de uma década, o açude Gargalheiras, na cidade de Acari, no Rio Grande do Norte, voltou a transbordar no final da noite dessa quarta-feira (3). Quando os primeiros fios de água escorreram, centenas de pessoas que aguardavam ansiosas pela sangria festejaram com uma queima de fogos e orações.
O Gargalheiras, oficialmente chamado Reservatório Marechal Dutra, é formado por uma parede de mais de 20 metros, e quando a água transborda em grande volume, ela forma o “véu de noiva”, proporcionando um belo espetáculo visual.
Acompanhar a sangria do Gargalheiras é tradição em Acari. Neste ano, a “vigília” contou até com música e churrasco no local. Mas para ir assistir, tinha que ir na paz. A Prefeitura da cidade, com pouco mais de 10 mil habitantes, chegou a pedir colaboração dos muitos visitantes, reforçando que o reservatório não suporta um fluxo intenso de veículos, e que faltava espaços para tantos carros.
Desde o ano passado, o Gargalheiras foi reconhecido como patrimônio cultural, histórico, geográfico, paisagístico, ambiental e turístico do Rio Grande do Norte. Dos primeiros estudos até a construção final do açude, foram mais de 50 anos, até a inauguração em 1959. O local ficou nacionalmente ainda mais conhecido após ser cenário do filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, lançado em 2019.
O açude mais famoso da região do Seridó tem capacidade de 44 milhões de m³ e precisa de muita chuva para encher. De acordo com a meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, choveu 45% acima da média esperada para o Estado, no primeiro trimestre deste ano. Para se ter ideia, no último dia 22 de fevereiro, a capacidade toda do reservatório estava com volume de apenas 1,6%, segundo o Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte. Ou seja, a chuva ajudou para a sangria que vemos hoje.
Acesse esta notícia no site da Agencia Brasil – Link Original