O empresário Carlos Werner anunciou o retorno ao Paraná Clube, em carta publicada nesta segunda-feira (22), no site oficial do clube. Leia a íntegra da carta ao final do conteúdo.
Werner já foi investidor do Tricolor e é o atual dono do CT Ninho da Gralha, em que o Paraná treina – Werner acionou o Paraná na Justiça em 2016 após não receber o pagamento de um empréstimo (leia mais sobre o caso abaixo).
Agora, Carlos Werner diz retornar com a responsabilidade de “trabalhar para mobilizar a instituição, agregando pessoas, gerando condições para que o clube possa tormar melhores decisões”.
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Em texto, o empresário ressalta que não está trabalhando em “nenhum planejamento interno, seja administrativo ou do futebol” mas que, por outro lado, assume a “responsabilidade de trabalhar para mobilizar a instituição, agregando pessoas, gerando condições para que o clube possa tomar melhores decisões”.
Ainda de acordo com o texto assinado pelo empresário, ele será responsável por conduzir um microplanejamento, “financeiro e conceitual”. Werner investiu no Paraná em diferentes anos, a partir de 2014.
Na sequência, ele apoiaria o presidente Leonardo Oliveira nas eleições de 2015, no primeiro mandato do dirigente. No entanto, em 2017, o então “mecenas” se afastaria do clube após divergências com Oliveira.
Ambos chegaram a trocar acusações públicas após o fim da parceria e, desde janeiro de 2018, Werner deixou o ambiente político da Vila Capanema.
Como o Paraná perdeu o CT Ninho da Gralha
O Paraná perdeu o Ninho da Gralha para Carlos Werner em 2019, imóvel de 260 mil metros quadrados localizado em Quatro Barras. Apesar disso, o Tricolor tem um acordo com o empresário e segue utilizando o local, sem custos.
A perda do imóvel aconteceu na Justiça. Na época, o CT estava avaliado em R$ 19,9 milhões e colocou fim a uma dívida de R$ 28 milhões que o Paraná tinha com Werner, relativas a cinco processos dele contra o clube.
A perda do patrimônio simbolizou o caos financeiro vivido pelo Paraná. Em 2014, o clube aceitou um empréstimo de Werner para quitar dívidas, a principal delas sendo a do processo do caso Thiago Neves, movido pelo empresário Leo Rabello, que seria quitada três anos depois. O Ninho da Gralha foi dado a Werner como garantia para o pagamento do acordo.
Leia na íntegra a carta de Carlos Werner
Assim como para milhares de paranistas espalhados pelo Brasil e pelo mundo, o Paraná Clube é importante na minha vida. A ausência do nosso time traz um buraco.
Assim como sinto falta do time, também sinto falta de manifestações em prol do clube. Sem alternativas, a torcida silenciou. Um silêncio que incomoda não só a mim. Afinal, silêncio absoluto representa a morte. E a razão desta carta é o contrário: é sobre voltarmos a viver como instituição.
Diariamente recebo mensagens de amigos e torcedores que, dentro de seu amor incondicional, ainda acreditam. Senão na recuperação da instituição, esperam a figura de um salvador. Um grande investidor. Uma SAF milagrosa. Por muitas vezes, depositam em mim esta responsabilidade. Escrevo para dizer que esta missão não cabe apenas a uma pessoa. É importante que todos saibam que não há milagre. Não há fórmula mágica. Ao Paraná Clube, só existe um caminho: recomeçar.
Reitero que nada disso é sobre mim. É sobre nós. Nós somos o caminho.
Para existir, um time de futebol depende apenas de duas coisas: uma camisa e uma torcida. E temos isso de sobra.
Na minha vida pessoal e empresarial, aprendi algumas coisas importantes. Uma delas é que, quem conhece o caminho, avança mais rápido do que quem tem pressa.
E este será o nosso primeiro passo. O retorno à Série A paranaense.
Um avanço singelo aos olhos de muitos, mas que devolverá à torcida algo essencial: a oportunidade de ver o time em campo.
Com a participação massiva da nossa torcida, com presença nas arquibancadas, daremos também uma manifestação pública de apoio à instituição. O que adiciona um importante apelo político ao momento jurídico que o clube vive.
A mobilização precisa acontecer em todas as frentes. Com a presença de todos. Nos bastidores. E, sobretudo, nos estádios. Com metas ambiciosas, do tamanho do Paraná Clube, seremos capazes de gerar recursos que irão manter o clube durante o campeonato que está por vir.
Da minha parte, comunico que não estou gerenciando nenhum planejamento interno, seja administrativo ou do futebol. Por outro lado, assumo a responsabilidade de trabalhar para mobilizar a instituição, agregando pessoas, gerando condições para que o clube possa tomar melhores decisões.
Um micro planejamento, financeiro e conceitual para que TODOS estejam alinhados e, acima de tudo, juntos nos meses que se aproximam.
Chegou a hora do coração do Paraná Clube voltar a bater. E nós faremos isso juntos.
Em breve, novidades.
Carlos Alberto Werner
Acesse esta notícia no site do Um Dois Esportes – Link Original
