O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (17) que o presidente da Petrobras é “quase um ministro” de governo e deve ter uma relação próxima com o presidente da República. Na terça (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Jean Paul Prates do comando da estatal.
“O presidente da Petrobras, regra geral, é quase um ministro. É uma pessoa que tem que ter uma relação muito próxima com o presidente da República. É a maior companhia do país, ela é estratégica por várias razões, então é natural que possa haver uma troca a depender do julgamento do chefe do Executivo”, disse.
Prates vinha manifestando publicamente divergências com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – a mais recente em relação à distribuição de dividendos extraordinários da empresa, pela qual enfrentou semanas de “fritura”. No texto de despedida encaminhado aos colegas, ele sugeriu que Silveira e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, influenciaram na decisão do presidente.
“Minha missão foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira e Rui Costa. Não creio que haja chance de reconsideração. Vão anunciar daqui a pouco”, disse.
O governo indicou a engenheira Magda Chambriard, que atuou como diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff (PT), para substituir Prates. Antes de comandar a ANP, Chambriard foi funcionária de carreira da Petrobras por 22 anos.
Para Haddad, a troca no comando da Petrobras “é natural” e ocorreu por decisão de Lula, sem interferência de outros ministros. “Nós, ministros, procuramos auxiliar quando chamados. Eu mesmo fui chamado para dirimir a questão dos dividendos que, na minha opinião, foi bem resolvida”, reforçou. O ministro da Fazenda disse que não participou da decisão sobre a mudança de comando da estatal.
“Eu próprio não participei. Uma coisa é você opinar, falar o que você pensa. Outra coisa é a escolha do nome. Aí é uma escolha do presidente da República, como foi em todas as ocasiões em que o Lula presidiu o Brasil. Sempre foi uma escolha muito pessoal dele, sem interferência de ministro, como nesse caso também aconteceu”, disse.
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