Uma foto de 1941 serviu de ponto de partida para os pesquisadores do grupo que auxilia a Prefeitura de Pelotas em ações preventivas para evitar problemas com enchentes.
Quando a inundação no Guaíba atingiu nível histórico neste ano, chegando a 5,35 metros, a equipe considerou que o mesmo poderia acontecer na cidade.
Como não havia dados oficiais de 80 anos atrás, o ponto de partida passou a ser a foto de um menino na frente do prédio da alfândega portuária da cidade, durante a inundação de 41, considerada até então a maior enchente do Estado. Como explica a professora de Engenharia da UFPel, Universidade Federal de Pelotas, Diuliana Leandro.
“E aí percebendo este rapaz que estava do lado direito dessa foto de 1941, a gente soube, exatamente, em que posição daria para pegar uma informação do outro lado da rua e onde, nas escadarias, estava pegando a água. E, com isso, a gente reconstituiu a altitude na frente do prédio”.
Com base na foto, os pesquisadores descobriram que a cota de inundação em 1941 foi de 2,88 metros no canal de São Gonçalo, que passa pelo centro de Pelotas.
A professora de Hidrologia da UFPel, Tamara Beskow, conta que dias depois um mapa antigo apareceu e confirmou o dado dos cientistas.
A partir do dado de 1941, professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul calcularam que o São Gonçalo poderia atingir 3,30 metros. Então, um mapa de risco de inundação foi produzido, como explica Tamara.
“Esse mapa foi apresentado às autoridades, à defesa civil regional, à defesa civil municipal, à prefeitura e aos demais órgão competentes. E foi a partir desse mapa que foram feitas as delimitações das áreas de risco, pra que elas fossem evacuadas, no sentido de preservar vida. Tudo começou com uma foto”.
No dia 27 de maio, o nível do canal São Gonçalo chegou a 3,13 metros, o mais alto.
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