Um garoto de apenas 10 anos tem chamado a atenção nas categorias de base do Athletico. Canhoto, habilidoso, drible refinado, inteligente e decisivo. Estas são algumas das características de Davi Lucca Barbosa, considerado uma joia do Furacão.
Os vídeos com seus lances têm viralizado nas redes sociais. Ao passar pelas postagens do perfil do garoto, que já tem mais de 4 mil seguidores e é administrado pelos pais, dá para ver a quantidade de elogios no estilo “craque”, “fenômeno”, “Messinho da Baixada“, “menino de ouro”, “futuro do futebol”. Em casa, o apelido carinhoso é mesmo Davizinho.
Paulo Henrique Barbosa, pai de Davi
A gente sempre postava alguma coisa, desde que ele começou a treinar. Mas o perfil explodiu depois que o canal Futefalado, que é bem famoso nas categorias de base, fez um vídeo dele. A gente vê os comentários, a galera falando “fenômeno”, “novo Messi não é argentino”.
“Mas, da mesma forma, têm pessoas que comentam “não vai dar em nada”, “vem enfrentar meu filho para ver”. A internet dá muita voz para as pessoas, principalmente para pessoas ruins, mas nós tentamos blindar da melhor forma”.
Bloco não encontrado
Primeiros passos no Coritiba e proposta do Athletico
Sempre precoce, o canhotinho começou a dar os primeiros passos aos 11 meses e, desde então, a bola já era seu brinquedo favorito. Quando completou cinco anos, o pai, vendo o potencial do filho, o colocou em uma escolinha de futebol.
Davi Lucca começou a treinar em uma escola parceira do Coritiba, em Pinhais, em 2019. Mas, quando veio a pandemia, os treinos passaram a ser em casa. Após a situação normalizar, não demorou para os treinadores pedirem o retorno do garoto. Davizinho, então, passou a treinar futsal e campo no Coxa, sempre com garotos dois ou três anos mais velhos.
“Foi no final de 2021 quando o Davi passou a treinar mesmo em alto rendimento, jogou todo 2022 e já foi selecionado para a base do Coritiba. Ele foi o menino mais novo da base do Coxa, com sete anos. A base lá só começa no sub-11. No mesmo ano, ele disputou o Paranaense de futsal, aí começou a treinar uma vez por semana no Coritiba. Até que recebemos a proposta do Athletico”, explica Paulo.
Davi Lucca foi captado pelo ex-treinador do time feminino, Brenno Basso. “Depois de um jogo pelo Paranaense, ele nos convidou para conhecer o clube, conhecer o CT e explicar qual era o plano do Athletico, porque não tinha a categoria dele. Analisamos o plano, e o projeto do Furacão era bem melhor. Até porque no Coxa, ele só treinava uma vez por semana no campo e jogava o futsal pelas escolas parceiras”, explica o pai.
Bloco não encontrado
No mesmo período, veio o convite para fechar uma parceria com a empresa R13 Fussball, que gerencia carreiras de atletas como o goleiro Léo Linck, do zagueiro Léo Pereira e do lateral Rafinha, por exemplo.
“Foi um amigo meu que falou sobe o Davi, aí nós fomos assistir a um jogo dele. Quando vi, realmente percebi como ele é fora da curva, diferente. A empresa não tinha meninos tão novos, ele foi um dos primeiros nessa idade. Pelo perfil, qualidade, até porque é um período longo de acompanhamento. Estamos buscando mais garotos das categorias de base, mas da idade dele só temos o Davi e mais um, os demais são acima de 14 anos”, afirma o representante da agência, Jonatas Cardoso.
Rotina pesada, alimentação regrada e pressão da profissão
Com o acerto com o Athletico e parceria com a empresa de agenciamento da carreira, também aumentaram as responsabilidades do futuro atleta. Davi Lucca tem uma rotina pesada, com escola, treinos e campeonatos.
Capitão do times, o pequeno atua como ponta nos jogos de futebol de campo e como ala direito nos torneios de futsal do Athletico, intercalando as camisas 7, 10 e 11.
“É uma rotina bem puxada. Ele vai para a escola cedo, mas sempre sai um pouquinho mais cedo. Vem para casa almoçar e tem que estar 13h10 na Ligga Arena para pegar o ônibus, que leva os meninos para o CT. Depois, o ônibus traz às 18h no estádio. Chega em casa tem que tomar banho, jantar e ainda fazer as lições”, conta o pai.
A rotina muda um pouco nos dias de jogos. O que não muda é a alimentação regrada, com pouco doce e refrigerante, por exemplo. Além disso, boas notas na escola regular é exigência do Athletico. Davizinho garante que só tira nota boa: “só acima de nove”.
No CT, o Furacão complementa o ensino regular com acompanhamento psicológico e aulas de desenvolvimento humano. Em categorias maiores, o clube ainda disponibiliza aulas de inglês.
Bloco não encontrado
Além de uma rotina parecida com a de um atleta profissional, a pressão já atinge quem ainda tem um longo caminho pela frente.
Paulo Henrique Barbosa, pai de Davi
Hoje em dia está cada vez mais precoce essa questão da pressão. Temos que blindar, resguardar ele de todas as formas. Isso é muito difícil. Às vezes falam de fenômeno, ele fica mais visado nos jogos, mas ainda é uma criança. A gente conversa muito dentro de casa, entregamos muito na mão de Deus, mas queremos que ele se divirta.
Já a mãe do precoce talento atleticano Ana Áurea, ressalta sua preocupação quanto à saúde do garoto. “Eu fico muito nervosa, principalmente nos jogos, porque sempre machucam ele. Ele acaba sendo muito visado. A perninha dele sempre sai muito machucada”, conta.
“O que me mantém firme é que ele gosta. Nas viagens, claro que a gente confia no clube e sempre acompanha, mas ficamos pensando se ele está comendo bem, escovando os dentes, tomando banho. Mas eu sei que é para o desenvolvimento dele. E nós compramos a briga. Eu sou a parte que fica mais preocupada. Mas, se der certo para ser jogador, a pressão sempre vai existir. Em clássicos contra o Coritiba, por exemplo, já tem uma rivalidade muito grande desde pequeno”, acrescenta.
Davi Lucca: sonhos e inspirações no futebol
Se em campo Davi Lucca mostra muito habilidade, com as palavras o pequeno ainda é bem tímido. Apaixonado pelo futebol, ele conta que, quando não está treinando, brinca de bola em casa com a irmã, Alana, joga futebol no videogame e no celular, além sempre assistir jogos na televisão.
E os sonhos do garoto são altos. “Meu sonho é jogar e ganhar a Champions League e a Bola de Ouro. Pelo Athletico, quero ser profissional e me tornar ídolo, primeiramente. Quando assisto aos jogos, sempre penso que daqui uns dias posso ser eu na Arena”, projeta Davizinho, que se inspira em Neymar e Ronaldinho Gaúcho, especialmente pelos dribles e domínio de bola dos craques.
Acesse esta notícia no site do Um Dois Esportes – Link Original