O Exército de Israel anunciou neste sábado (17) a prisão de 100 pessoas acusadas de atividades terroristas no hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, sul de Gaza. Na quinta-feira (15), o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, já havia declarado ter provas de que o grupo terrorista Hamas usou o hospital para esconder reféns e possivelmente cadáveres de sequestrados.
“As tropas do Exército continuam operando na Faixa de Gaza.
Os soldados continuam operando na área de Khan Yunis e, até agora, detiveram
100 pessoas suspeitas de atividades terroristas no hospital Nasser”, informou
um comunicado militar.
A nota
acrescenta que as forças especiais continuam realizando uma “operação precisa e
limitada”, iniciada na última quinta contra o Hamas dentro do complexo médico e
que “se baseia em informações dos serviços de inteligência” das forças armadas.
Eu seu perfil
no X, antigo Twitter, as FDI informaram ter encontrado medicamentos com os
nomes de reféns israelenses dentro do hospital, juntamente com armas. O post
informa ainda que as tropas israelenses trabalharam para consertar falhas nos
sistemas elétricos do hospital e forneceram alimentos para bebês e água ao estabelecimento.
A publicação reforça que as FDI “continuarão a operar de acordo
com o direito internacional contra o Hamas, que opera sistematicamente dentro
de infraestruturas civis”.
Do outro
lado, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo braço político do Hamas, denunciou
que as forças de ocupação israelenses prenderam um grande número de profissionais
da saúde dentro do complexo médico e afirmou que converteram o hospital em
“um quartel militar”.
A ministra
da Saúde palestina, Mai al-Kaila, disse que o hospital Nasser, seu pessoal
médico, pacientes e os deslocados que procuraram refúgio nas instalações “estão
sujeitos a um crime contínuo de genocídio por parte do exército de ocupação
israelense, que procura destruí-la e liquidar aqueles que estão nele através de
bombardeios, deslocações e detenções de pessoal médico, cortes de serviços médicos,
cortes de energia elétrica, cortes de oxigênio e mortes de pacientes”.
O comunicado
do Exército israelense divulgado hoje também aponta que os soldados mataram um
número desconhecido de terroristas nas imediações do hospital, que foi invadido
pelas tropas israelenses após 25 dias de cerco.
G7 pede
cessar-fogo em Gaza
Enquanto isso, na Conferência de Segurança de Munique os
ministros das Relações Exteriores dos países industrializados que compõem o G7
apelaram por um cessar-fogo em Gaza para facilitar a libertação dos reféns
detidos pelos terroristas do Hamas.
“Pedimos a
suspensão imediata dos combates, tanto para garantir a libertação dos reféns
israelenses nas mãos do Hamas, como para ajudar os civis palestinos”, disse o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani,
reafirmando que o interesse de todos os países do G7 “está na proteção
de todos os civis, especialmente mulheres e crianças”.
O secretário
de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também reforçou ao presidente de
Israel, Isaac Herzog, que o país não apoiará uma incursão militar em Rafah sem
um plano para proteger os civis.
Blinken
deixou claro que os EUA “não poderiam apoiar uma operação militar no terreno em
Rafah sem um plano credível e viável para reforçar a segurança das milhões de
pessoas que ali se refugiam”, detalhou seu gabinete em um comunicado após uma
reunião entre os dois durante a Conferência de Segurança.
O diplomata americano enfatizou ainda a necessidade de todas as partes tomarem medidas para proteger as vidas dos civis e evitar que o conflito se alastre. (Com Agência EFE)
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