Na sua terceira mensagem em cadeia nacional de rádio e televisão
desde que assumiu a presidência, em dezembro, o presidente da Argentina, Javier
Milei, anunciou na noite desta segunda-feira (22) que o país atingiu um
superávit financeiro de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro
trimestre – segundo ele, “uma façanha de proporções históricas a nível mundial”.
Milei fez o pronunciamento para anunciar os resultados das
contas do seu governo, projetar que eles devem ser seguidos por mais baixas da inflação
e agradecer pelo “esforço heroico” dos argentinos neste momento de ajuste.
“Ao contrário das previsões da maioria dos líderes
políticos, dos economistas profissionais, de televisão e enganadores das
tribunas, dos jornalistas especializados e de boa parte do establishment
argentino, quero anunciar que o setor público nacional registrou um superávit
financeiro de mais de 275 bilhões de pesos [R$ 1,6 bilhão] durante março,
alcançando assim, depois de mais de 20 anos, um superávit financeiro de 0,2% do
PIB durante o primeiro trimestre do ano”, disse o presidente.
Milei afirmou que esse caminho é o único “para acabar de uma
vez por todas com o inferno inflacionário que foi a Argentina desde a queda da
convertibilidade” – numa referência à política adotada entre os anos 1990 e o
início dos anos 2000, em que cada peso argentino valia um dólar.
Embora o índice de preços ao consumidor na Argentina em março tenha ficado em 287,9% no acumulado em 12 meses, ainda o mais alto do mundo, na variação mensal em relação a fevereiro, a inflação ficou em 11%, terceira desaceleração consecutiva.
“Assumimos um governo com resultado monetário pior que o do
Rodrigazo [plano econômico do governo de Isabel Perón, implantado em 1975], uma
destruição do balanço do Banco Central pior que a hiperinflação de 89 e
indicadores sociais piores que os da crise de 2001, o que significa que estávamos
enfrentando a pior crise da história do nosso país”, afirmou o presidente.
“Ao contrário do que muitos afirmam, não só foi possível
acabar com o déficit fiscal, mas também o fizemos de uma forma economicamente
sustentável e moralmente desejável, uma vez que pela primeira vez na Argentina os
justos não estão pagando pelos pecados dos maus”, disse Milei. “Não é por acaso
que a inflação está em queda e todos os meses o número está abaixo do esperado.”
O presidente libertário afirmou ainda que “nada disto seria possível sem o esforço heroico da maioria dos argentinos que sofrem”, antes de apontar que estes “sabem que este é o único caminho possível se quisermos um futuro melhor para os nossos filhos”.
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