O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou que
um contêiner com itens essenciais para mães de recém-nascidos e seus bebês foi
saqueado no sábado (16) no principal porto da capital do Haiti, Porto Príncipe,
em um momento em que o país caribenho passa por um agravamento da violência das
gangues.
A Unicef informou que foram levados “itens essenciais para a
sobrevivência materna, neonatal e infantil, incluindo reanimadores e
equipamento relacionado”. O terminal está dominado desde a semana passada por
grupos armados, que têm sob seu poder mais de 260 contêineres de ajuda
humanitária.
O representante da Unicef no Haiti, Bruno Maes, afirmou que
o saque “ocorre num momento crítico, quando as crianças mais precisam” desses
materiais.
Na última segunda-feira (11), o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, anunciou que renunciará assim que um governo de transição for formado.
Grupos armados realizaram protestos violentos exigindo a saída
do primeiro-ministro, que desrespeitou um acordo de 2022 chancelado pela
comunidade internacional para convocar eleições e deixar o poder até o mês
passado.
Ele governa o país como premiê desde o assassinato do
presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021, que inflamou as disputas entre
gangues que dominam praticamente todo o território haitiano.
Mesmo com o anúncio da saída de Henry, a violência continua no
país. Autoridades haitianas relataram que a polícia apreendeu armas de fogo e desbloqueou
estradas numa operação no bairro de Delmas, em Porto Príncipe, controlado pelo
líder de gangue Jimmy “Barbecue” Cherizier.
A polícia afirmou que “vários bandidos” foram mortos na operação,
realizada na noite de sexta-feira (15).
No sábado, a Embaixada dos Estados Unidos no Haiti informou que, como o aeroporto de Porto Príncipe permanece fechado, está organizando um voo para retirar cidadãos americanos do país pelo aeroporto de Cabo Haitiano, “presumindo” que a situação nessa área “permaneça estável”.
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