As eleições legislativas antecipadas em Portugal, realizadas neste domingo
(10), apontam para uma mudança no cenário político do país, com a vitória da
Aliança Democrática (AD), de centro-direita, e o fortalecimento do Chega, partido
da direita conservadora.
Segundo as projeções divulgadas pelas principais emissoras de televisão portuguesas, a AD obteve entre 27,6% e 33% dos votos, seguida pelo Partido Socialista (PS), que governava o país desde 2015, com entre 24,2% e 29%. O Chega, que nas eleições de 2022 havia ficado com 7,18%, se estabeleceu de vez como a terceira maior força política do país, com entre 14% e 21,6%.
As projeções indicam, no entanto, que nenhum dos partidos podem ter conseguido alcançar uma maioria absoluta no parlamento, que tem 230 deputados. Isso significa que será necessário formar alianças para garantir a governabilidade. A AD, que reúne o Partido Social Democrata (PSD), o Centro Democrático Social (CDS) e o Partido Popular Monárquico (PPM), poderá contar com o apoio do Chega, que já sinalizou a disposição de negociar.
O PS, por sua vez, terá dificuldades para repetir a “geringonça”, o acordo que fez com partidos de esquerda nas eleições anteriores. O Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista Português (PCP) perderam votos e deputados, e o Livre, um novo partido ecologista, conseguiu eleger pela primeira vez uma bancada pequena, segundo as projeções.
As eleições foram convocadas após a renúncia do primeiro-ministro socialista
António Costa, em novembro de 2023, em meio a uma investigação de corrupção
envolvendo o seu gabinete. Costa, que estava no cargo desde 2015, foi acusado
de favorecer uma empresa de energia em um contrato público.
Segundo a CNN, a participação nas urnas foi de 51,96% até às 16h (horário local), um aumento de 6,3% em relação às últimas eleições legislativas, em 2022. A projeção final indica uma taxa de abstenção entre 40,5% e 46,5%, a mais baixa desde 2009.
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