Duas espécies raras de cobras foram encontradas novamente no Espírito Santo após décadas de ausência. A revelação é de um estudo recente, publicado na revista internacional “Check List”.
As espécies têm como nomes populares cobra-da-terra e cobra-cipó, mas não eram avistadas no Espírito Santo, há décadas, e foram novamente registradas, em 2016 e 2018, nos municípios de Jaguaré e Barra de São Francisco, no norte do Estado.
De acordo com o biólogo Rafael Mathielo, um dos autores do estudo, o primeiro passo para identificação foi a contagem das escamas.
A cobra-da-terra, por exemplo, só havia sido registrada uma única vez, em 1950. A raridade da espécie é atribuída à qualidade dos remanescentes florestais.
Já a cobra-cipó teve dois registros, na década de 30, e uma terceira vez, meio século atrás. Ela prefere áreas abertas e tem ocorrência na região de Cerrado, sendo o Espírito Santo uma região limite para seu aparecimento. Segundo a pesquisadora do Instituto Nacional da Mata Atlântica, Flávia Chaves, a redescoberta da cobra-cipó revela uma possível adaptação da espécie ao desmatamento humano feito na Mata Atlântica.
A pesquisa também aponta para a necessidade de estudos adicionais sobre estratégias eficazes de conservação, por isso deu acesso à comunidade científica e ao público geral, explica o biólogo Rafael Mathielo.
De acordo com o biólogo, as duas espécies, ameaçadas, tendem a ser naturalmente raras e esses registros reforçam a importância da pesquisa científica na identificação e monitoramento que fornecem dados para a conservação da biodiversidade local.
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